segunda-feira, julho 26, 2004

"UM MUNDO QUE É O NOSSO"

Costumo ter um sonho do qual há muito vos queria falar...só que quanto mais penso nele mais parece que ele se afasta de mim. Este sonho é uma esperança, um reflexo num olhar distante que procura em si mesmo a proximidade de um mundo inexistente.
 
Um vago coexistir, um preciso respirar, um progresso feito de barro e vime, de velas e candeeiros a petróleo.
 
Feito de um doce sorriso erguido qual sol viajando pela madrugada na sua suave subida aos céus à medida que os olhos se enchem de alegria escorrendo titubeante pelos traços outrora finos e hidratados. Uma expressão de imagem compreendida e assimilada, num tremor inexplicado, num frio que nos abandona, num calor que se encontra no reflexo de um olhar próximo que encontra em ti um mundo não julgado possível. A realidade remetida para uma redonda contemplação na forma, no silêncio e na solução.
 
Ciência que se auto-explica não explica o coração. Não explica o coração, não explica o coração...

Meu amor...

Não me é fácil sintetizar-me. Não me é fácil decompor-me. Não me é fácil simplificar-me. Não me é fácil tolerar-me. Não me é fácil acompanhar-me...neste vago coexistir, num errático pensar, um retrocesso feito de fissão e supercondutores, de tecnologia e de...de...de...de...de...de...de...de...de...

 
Apenas se afasta...se afasta...se afasta...

Apenas se afasta...se afasta...se afasta...

E sei que quando virar as costas o encontrarei...pois ele sempre aqui esteve...eu apenas o ignorei...na ânsia do receio de perder, no ganho, o conforto na esperança encontrada...
 
...do teu doce sorriso que viaja como o sol pela madrugada na sua suave ascensão aos céus, como os olhos se enchem de alegria que inunda vigorosa, os traços cada vez mais resplandecentes e sonhados. Uma expressão de imagem compreendida e assimilada, numa  felicidade inexplicada, num frio ausente, num calor encontrado no reflexo de um olhar próximo que encontrou em ti um mundo que é o nosso.

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