sábado, março 17, 2007

Adeus Primo

Talvez por minha própria cobardia pensei e repensei se deveria escrever este texto. Fico feliz por ter decidido escrevê-lo, interpreto-o com um sinal de maioridade e de maturidade.

Recebi a notícia pela voz de minha mãe, na quinta-feira, logo pela manhã, 9h estava quase a chegar à Infante Santo.

O meu primo Zézinho – nunca o conheci por outro nome que não este – nascido, criado e vivendo em S. Torcato, Guimarães, tinha falecido, aos 40 anos de idade.

A estupefacção foi grande bem como alguma comoção perfeitamente justificáveis – o meu primo era uma pessoa da qual só conheci o bem, de uma serenidade absoluta.

Não o via há vários anos, seguramente mais de cinco, e felizmente que a minha memória guarda clara as recordações do seu perfil e do seu alçado.

Recordo com nitidez também a sua profissão, ourives.

O meu primo nasceu surdo-mudo, tendo aprendido a esboçar palavras para outros colorirem.

Porém falava bem mais e melhor do que a esmagadora maioria das pessoas porque falava ao coração com a sua bondade intrínseca.

Gostava muito do meu primo Zézinho é aterrador que as pessoas boas se vão embora tão cedo deste mundo tão intransigente.

Sem comentários: