Ainda que o vento sopre
E a tempestade não se extinga
Ainda que a maré alcance a lua
E a electricidade esteja em fúria
Ainda que o barulho nos encontre postrados
E a sede não resista ao sal
Ainda que o silêncio seja gritado
E a respiração exacerbada
Ainda que a espera seja longa
E inifinita a esperança de sobreviver
Ainda que as mãos cubram a cabeça
E os traços permaneçam esfíngicos na sua rectilinearidade
Ainda que o interior imploda
E o exterior retraia na sua inferioridade
Ainda que as células se multipliquem
E o ser se mantenha inalterável
Sei que a mudança irá consumar-se
Está em curso sinto-a a nascer
Sei que a pele esfarelar-se-á
Dando origem a um mapa de pontos celestiais
Os quais irei percorrer, um por um
Todos, ou apenas nenhum
E no abandono sempre saberei
Que não importará a ausência ou a distância
Caído no ocaso ou caminhando no levante
O regresso sempre encontrará o seu cabrestante
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
“Cabrestante”
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