domingo, setembro 07, 2008
sexta-feira, março 28, 2008
OE2008 - Receita Fiscal Parte I
IRS 8.770 9.252 5,5%
IRC 5.430 5.511 1,5%
OUTROS 20 10 -50,0%
Imp. Dir. 14.220 14.773 3,9%
ISP 3.170 3.360 6,0%
IVA 13.100 14.145 8,0%
ISV 1.184 1.120 -5,4%
IT 1.325 1.430 7,9%
SELO 1.735 1.830 5,5%
IUC/IC 88 111 26,1%
OUTROS 263 264 0,4%
IMP. IND. 20.865 22.260 6,7%
TOT. GERAL 35.085 37.033 5,6%
(Milhões de Eur)
terça-feira, março 25, 2008
A geração dos 30
Enfim, seja qual for a situação em que cada um de nós se reveja – acima descritas – respeito-as a todas e prometo não fazer comentários, ser discreto na medida do possível se bem que alguma fofoquice não é o mesmo que andar a difamar e a espalhar infâmias sobre as pessoas, é apenas um suminho que se bebe e se pensa “ai que bem que isto me soube, se calhar já bebia mais um!” – mas dizia, e poderia dar muitos mais exemplos garanto-vos, nada justifica o monolitismo da geração dos 30.
Hoje em dia, para se tomar um copo com um trintão ou uma trintona – é isso que nós já somos amigos tenhamos carinha de 27 ou não – têm que se seguir procedimentos muito delicados e extremamente burocráticos que em geral, à primeira abordagem mais forçada, caem na mais vergonhosa ruína, podendo apenas ser retomados “algumas semanas depois”.
Em particular o “copo com amigo do mesmo sexo” implica frequentemente e de forma não anunciada o “copo com amigo do mesmo sexo mais a respectiva namorada ou mulher”. Tal provoca que a disponibilidade para “o copo” passe a ser não de duas pessoas mas de três pessoas, ou se ambos quiserem levar as namoradas ou mulheres, a disponibilidade de quatro pessoas e não de duas.
E a disponibilidade não é apenas absoluta, ou seja, “temos alguma coisa na agenda ou não” é também relativa no género feminino: “claramente não temos nada para fazer porém não me apetece tomar café com o teu amigo…mas vai tu…a sério não me importa!”. Ao que o género masculino geralmente retorque com: “Eu fico aqui então contigo.” Sendo que muitas vezes tal é sinónimo de: “talvez com este gesto absolutamente magnânimo consiga uma noite de sexo como já não me lembro”. Claro que na esmagadora maioria das vezes o que obtêm mesmo é…um balde de gelado do Ben&Jerry’s e um filme independente – o que poderá nem ser assim tão mau!
O que me parece é que há 10 anos atrás quando estávamos nos vintes, todo este procedimento seria duramente recriminado com aquilo a que se habitualmente se chama de “COLAS” e poderia vir a ter consequências imprevisíveis na própria relação.
Agora, claro, uns anos mais tarde, com uns quilos a mais e uns cabelos a menos, já tudo é bem mais passivo.
E ainda existe o caso extremo do “jovem casal com um pequeno filho” que não pode abandonar o seu ninho, individualmente ou em casal porque senão “o filho não cresce”. Está nas leis da física, não são é as de Newton, são as de um tipo qualquer que vive num universo paralelo qualquer que em vez de ter acordado da sua sesta com uma maçã caída do ramo acima do seu gesto, acordou com uma bosta de pássaro algures entre os dentes e os pelos rastejantes do nariz.
Em suma as pessoas fecham-se, e fazem-no da maneira mais cómoda: com a pessoa com que passam mais tempo. Não admira pois que os casamentos – esse pergaminho tão valioso para efeitos fiscais – durem tão pouco…pudera!
E quando convivem fazem-no de forma controlada e em conjunto esquecendo-se que se calhar “as gajas querem falar de gajos – e sim pode incluir-nos amigos – entre si” e se calhar os gajos querem ir testar se os atributos que os tornam “absolutamente irresistíveis apesar das barriguinhas” ainda funcionam seja à mesa no Cosmos, seja à noite no BBC, no Incógnito ou no Lux.
Para finalizar existe o caso mais chocante e gratuito que é:
Estou tão cansado do trabalho que de facto vou é “moribundar” para o sofá, à espera que a morte – também conhecida por segunda-feira – chegue serena e silenciosa.
“Estás a ficar velho e rabugento Mascarenhas” imagino eu os comentários mas reclamo que sem tertúlias ou convívios com as pessoas estritamente necessárias aquele momento em particular, resta-nos percorrer em casal todos os restaurantes desta cidade magnifica e todos os espaços culturais, discotecas e assim.
Estaremos a falar de quê?
Vinte espaços?
Trinta espaços?
Lisboa é muito bonita mas é “uma caganita”, vive-se aqui 2 anos e já se conhece tudo, por muito bonito que seja tudo, e que a luz encha os olhos de forma luxuriante e esplendorosa.
Diz-se que há quem tenha medo de ficar sozinho.
Há cães à venda.
Há livros para ler.
Há música para ouvir e até para ver ouvir e ver.
Há televisão para ver.
Há milhares de coisas para aprender, vejam:
Desenho, pintura, gestão, arquitectura, recursos humanos, música, filosofia, direito, relações humanas, medicina, ciências ocultas, automóveis, motas, barcos, como aparecer nas revistas cor-de-rosa, alpinismo, sítios exóticos para viajar, fiscalidade, desporto, ginásio, informática, esoterismo, línguas estrangeiras, língua portuguesa já agora (…)
Medo de quê?!
De se libertarem dessa preguiça fulminante e começarem a evoluir como pessoas?!
Já nem digo para nos tornarmos cidadãos do mundo mas que tal da cidade?!
Enfim, vou almoçar mas não vou ao restaurante aqui de baixo vou a um qualquer mais longe, de preferência que não conheça, porque a rotina me cansa, e evoluir, ainda que no ramo da restauração, é um imperativo.
Amen.
quinta-feira, março 20, 2008
Líder dos Foo Fighters concorre à presidência dos EUA
Apesar de ter revelado que pensa ser Presidente desde os 20 anos, altura em que deixou de fumar erva, Dave Grohl afirma que foi a recente impopularide dos Estados Unidos da era Bush que o motivou a abraçar a política.
«Lembro-me de quando actuava por esse mundo fora e as pessoas perguntavam-me, ‘como é que é Chicago? E Seattle? E Los Angeles?’. Aquelas pessoas sonhavam em ir para os Estados Unidos e viver nesse grande país. Agora é totalmente o oposto. A América tem uma imagem saloia que foi cultivada durante oito anos pelo nosso Presidente saloio», diz Grohl.
Para mudar a imagem do país, o rocker diz ter a receita: «família, música e churrascadas».
«O que a América precisa é de uma bela churrascada familiar, pelo menos uma vez por semana, incluindo no Inverno. Todos os domingos», diz Grohl, que começa por estes dias uma nova digressão com os Foo Fighters, que terá contornos de campanha eleitoral, segundo revela a HARP.
Se chegar à Casa Branca, Grohl afirma que contará com o antigo baixista dos Nirvana, Kris Novoselic, no seu Executivo. E entre as primeiras medidas do hipotético Presidente Grohl contam-se amnistias para Foxy Brown e Boy George, a legalização da cannabis para fins terapêuticos e a abertura das fronteiras aos imigrantes: «todos são bem-vindos».
De imediato, Grohl decretará igualmente a retirada das tropas americanas do Iraque. Só não sabe ainda como: «ainda tenho que pensar um bocado».
sexta-feira, março 07, 2008
Flamingos do Tejo
quinta-feira, fevereiro 07, 2008
“Que as brumas cheguem cedo”
Vejo-me como se já estivesse fora de mim
Sereno, contemplativo
Caio lentamente mas depressa me afundo
Morosamente arrastado para as profundezas do fogo
Para que das cinzas retorne
Sem nome e sem destino
Sem curiosidade nem hino
Vejo-me a levantar, irado, ferozmente
Vejo-me como se estivesse prestes a reclamar-me
A reclamar o corpo marcado da sina infeliz
Que ser algum ouse levar o que é meu
Erguido expulsando sangue para os canais
Que raiado fique o olhar da vingança
Espumo como cães com cio
Nojenta e barbaramente
Purgo-me do esgoto acumulado em mim
Tenho fé
Fé nas cicatrizes eternas que me amaldiçoam as mãos
Fé que desapareçam de forma rápida e inesperada
Quero as mãos vazias
Desprovidas de esperança ou significado
Obrigadas a rasgarem-se para algo escrever
Tenho fé
Fé que as brumas cheguem cedo
E que cedo me levem para lá.
“Cabrestante”
Ainda que o vento sopre
E a tempestade não se extinga
Ainda que a maré alcance a lua
E a electricidade esteja em fúria
Ainda que o barulho nos encontre postrados
E a sede não resista ao sal
Ainda que o silêncio seja gritado
E a respiração exacerbada
Ainda que a espera seja longa
E inifinita a esperança de sobreviver
Ainda que as mãos cubram a cabeça
E os traços permaneçam esfíngicos na sua rectilinearidade
Ainda que o interior imploda
E o exterior retraia na sua inferioridade
Ainda que as células se multipliquem
E o ser se mantenha inalterável
Sei que a mudança irá consumar-se
Está em curso sinto-a a nascer
Sei que a pele esfarelar-se-á
Dando origem a um mapa de pontos celestiais
Os quais irei percorrer, um por um
Todos, ou apenas nenhum
E no abandono sempre saberei
Que não importará a ausência ou a distância
Caído no ocaso ou caminhando no levante
O regresso sempre encontrará o seu cabrestante
terça-feira, janeiro 22, 2008
Flôr de sal
Dactilografo o que os olhos ditam:
Saleiro.
Abat-jour em pé alto, mesas negras em conspiração. Poufs, poltronas, sofás.
- “Vai tomar algo senhor?”.
O gelo impede o passeio. O gelo e a humidade. Por muito apetecível que este deck possa ser.
Contam-se caixas. A poucos metros de distância constroem-se navios. Processa-se o aço. Dos painéis ou chapas, aos pequenos conjuntos. Aos conjuntos. À mecânica. Sobem em milhares de peças, na segurança da doca seca. Recortes a plasma.
O subsolo corre estreito da estação de Viana ao mar.
A “Adega do Padrinho”, oferece fado e acalmia ao estômago.
Hoje, amanhã e depois é daqui que sempre parto.
Do branco e do preto.
Da espaçosa solidão que me tranquiliza.
Sob a estrela de uma Flôr de Sal.