domingo, novembro 18, 2007

SYNC

A véspera foi dura, implacável: onde se consegue descobrir um vestido único, avant-garde, e porém algo que se poderia usar numa corte de Luis XVI?

A resposta é: numa casa de noivas.

A problema que surge é: se é certo que um saiote e uma saia tipo noiva podem quase chegar lá, depois seria necessário toda uma customização que não é possível em tempo útil.

Baixa, Chiado, Amoreiras, Freeport.

Se estivessemos em Nova Iorque.

Pelo menos na Casa das Sandes o serviço é impecável – quanta carne cabe numa baguette?!

E assim o drama do vestido foi relatado ao Nuno Barrote e ao Carlos Amaral – terá que ser a imagem original, esse personagem tão único e tão real.

Sábado, 10 de Novembro, 7 horas.

O despertador não tem piedade, é rude nos seus modos e forma de expressão.

Odeio-o!!!!

Mas se não fosse ele...

Vestidos, saias, tops, necessaire, laptop, máquina fotográfia – quanta coisa cabe num C1.

Oito horas em ponto já o Carlos Amaral confirma a posição das tropas.

Morar a um minuto e meio do Vasco da Gama traz as suas vantagens!!!

Chegámos.

O Nuno está na conversa com o Carlos que me faz lembrar um totém, contemplativo na sua agressividade.

A isto é que se chama pontualidade.

Cumprimentos, apresentações e toca a rolar!

Seguimos a Audi Avant 3.0 do Carlos – a publicidade compensa os seus maiores rostos – em direcção a Braço de Prata, à Matinha, onde são os Estúdios Nova Imagem.

Ai chegados, percebe-se que a manhã começou madrugada para a equipa que prepara o estúdio para a filmagem do videoclip “Revelação”.
Conhecemos a Beatriz, assistente de produção, muito simpática e muito competente, a Patricia, segunda assistente calculo e o João – realizador do videoclip.

Entretanto surge também o director de Fotografia, Luís Serra.

O catering, essa peça tão importante em qualquer actividade, já está pronto, bem como os maquinistas e restante equipa.

Por esta altura ultima-se o cenário revestido a tela preta, a colocação das luzes: uma superior, duas laterais e uma frontal junto ao chão.

Coloca-se vidro espelhado partido numa tina com água de modo a reflectir a luz para o cenário criando um efeito procurado pela equipa.

Afina-se a fotografia, testando algumas lentes procurando encontrar a imagem da incrivel sessão de fotografia levada a cabo por C.B. Aragão.

Coloca-se o carril por onde a câmara principal irá circular.

Testa-se a música.

O realizador pede uma claquete mas é Sabádo, o armazém está fechado.

Está tudo a postos.

Joana Rios surge dos camarins, vestida de forma muito semelhante à da sessão fotográfica diferindo em particular a maquiagem tendo-se optando pelo verde e o amarelo nos olhos.

Está fantástica, nervosa, mas fantástica.

O acting não é fácil e obriga Joana a um esforço e concentração muito forte.

Tem que imaginar um ser de luz, e interagir com ele.

Numa espécie de esboço de storyboard está a sequência das imagens.

As filmagens correm bem conseguindo-se cerca de 4 escalas diferentes, grandes plano e pormenores em geral.

O fim é brindado na banheira com o produtor Carlos Amaral e Joana Rios, captado pelo vosso escritor de serviço.

E assim é dado o grito de retirada, vamos almoçar.

Não tenho muita fome, já limpei o catering quase todo mas há sempre espaço para um bifinho.

Agora é esperar que a pós-produção faça o seu serviço.

E que serviço será.

Grande música merece grande vídeo: eu não tenho dúvidas, alguém tem?

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